Programa de Extensão
COORDENAÇÃO: Prof. Dra Mariane Magno Ribas DAC/UFSM
III Mostra das Artes Cênicas - Estudos Digitais 2021
PORTA ABERTA
Protocolos Coreográficos para Enterros
Autor: Mateus Scota
Técnica: Vídeo (vídeo-obra, videoperformance)
Participação: Humberto Böck Fagundes
Descrição: “Astro e desastrado têm a mesma origem. Desastrado, aquele que não está atento aos astros. Aquele que está dessincronizado com o que vem de cima. Entra cedo demais ou tarde demais. Diferentes países, diferentes estratégias. Fechar, abrir, fechar, abrir. Roma, a pastora de Berna é uma desastrada. Jeri, a golden, uma pontual com os pontuais astros dos animais.” Gonçalo Tavares
Estar dentro demais do círculo do movimento, estar fora do tempo, querer estar em outro local, estar ao lado sem estar junto, estar perto demais, estar abaixo da superfície: a coreografia dos corpos, à distância, implica em dar atenção aos movimentos ao redor. O erro no tempo (um erro no protocolo), aqui, implica no desastre. Não estar atento aos movimentos dos astros muda o ritmo, dita um novo tom. Quem sepultará o último corpo a cair?
Isso não é um espetáculo
Isso não é um elenco: Aline Ribeiro, Anderson Martins, André Galarça, Geison Sommer, Janaína Castaldello, Juliet Castaldello e Luiza De Rossi
Isso não é um diretor (nem autor): Felipe Martinez
Isso não é uma produção: Teatro Por Que Não?
Todas as funções técnicas de som, luz e imagens são realizadas pelos próprios atores e atrizes.
Sinopse: Isso não é um espetáculo, mas poderia ser. O seu computador não é um teatro, mas por alguns minutos pode te levar até lá. Isso não é um futuro, mas com certeza é o nosso presente. O teatro é o agora e agora tudo está mudado.
Momentos, sentimentos e alguns descabimentos compartilhados ao vivo em uma sala do Zoom. Um não-elenco se encontra para fazer um trabalho que nem ao menos sabe o que é, e entre casos de amor e guerra, a realidade se confunde (ou não) com suas vidas.
Sobre o trabalho: A dramaturgia de "Isso não é um espetáculo" tem como pano de fundo a própria realidade do grupo na pandemia: agenda cancelada, escassez de suporte público e consequente quebra financeira. A partir disso, o elenco discute não somente sobre o próprio trabalho, mas também sobre o momento que o país vive em diversos aspectos influenciados por um crescente negacionismo na sociedade. Portanto, é um trabalho que busca refletir não somente sobre o Brasil durante a pandemia, mas sobre o papel do artista de teatro neste momento. Pra quê e pra quem a arte é essencial? Com o entendimento que o teatro é, historicamente, um espaço de encontro para a discussão de ideias, propomos que ele continue com esta função, mesmo que o distanciamento social imponha dificuldades e esse encontro não possa ser em um mesmo espaço físico.